Ela

Quando ME dei conta que estava vivo,
Foi uma experiencia curiosa.
EU era apenas uma pequena crianca.
Estava tao entretido com meu pequeno universo,
Que na verdade,
Nao sabia realmente se estava vivo…
Ou o que era isso.
MINHA mae, MEU irmao, MINHA casa,
MEU mundo imaginario particular,
ou as brincadeiras no quintal.
Mais tarde as criancas vizinhas com quem EU brincava…
AS coisas que ME chamavam atencao…
A principio, tudo que era colorido,
Depois, tudo que era divertido,
Tudo que tivesse um som bonito,
Tudo era tao despretensioso…
EU nao tinha a pretensao de ser rico,
Ou de ser famoso,
Eu apenas era… E talvez nisso esteja a verdadeira pureza.
O dom da sinceridade…
De simplismente viver…
De estar ali naquele momento,
E isso ser suficiente.
De agir, de acordo com a propria natureza.
Mas quando o tempo passou,
As vezes ME confundia com tantas ideias e sentimentos conflitantes…
Como dois temas que sao totalmente contrastantes,
Tocados ao mesmo tempo…
Como encontrar a pureza quando adulto?
Como viver plenamente sem ferir o outro e sem descostruir a propria personalidade?
Como sentir com frieza e pensar com sentimento?
AS vezes, tudo e tao complexo,
E as questoes mais complexas podem ser resolvidas com tanta simplicidade.
Talvez esteja ai a verdadeira pureza.
Na simplicidade…
O cheiro de alho frito vindo da cozinha,
Ou o copo d`agua no meio da noite.
O sorvete derretendo na boca,
Ou o quando o coracao bate rapido pelo susto,
O frio na barriga de subir numa arvore,
Ou a sensacao de estar num lugar estranho…
A angustia cortante que as vezes se apodera de nos,
E sequer sabemos de onde vem…
Cada vez mais agradeco por estar aqui
nesse plano onde as vezes nada parece fazer sentido…
Mas,
Ela chega, me beija,
E tudo volta ao seu devido lugar.